terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ana F.

Acho que, depois de tanto tempo dizendo essas palavras frias e sem gosto que o amor representa, eu finalmente aprendi o verdadeiro significado de amar. Não é aquele frio na barriga, o vermelho das bochechas, o disparo do coração. Amar não tem nada a ver com as reviravoltas na cabeça, a felicidade. Não tem nada a ver com as ligações de madrugada, os beijos, as carícias. Amar não é algo bom, não é bonito. Amar é sangrar. Você morre por dentro e se rejuvenesce por fora, você sangra tanto até que não haja mais sangue e tudo que você julgava importante vira pó. Amar é doer. É não aguentar mais a dor e continuar de pé, é querer se deitar e deixar o queixo erguido, é pedir para morrer e acabar se salvando. Amar não é algo bom, guri. A gente achou que fosse – eu mesma pensei que estivesse fazendo a coisa certa dessa vez. Mas não. Amar é o caminho para a autodestruição. A gente brinca com fogo e pensa que não tem perigo, a gente tranca a respiração embaixo d’água pensando que não faz mal. Faz. A gente ta trilhando o caminho para o fim em meio a uma velha cantiga de amor. Isso não faz bem, não é saudável e muito menos normal. Isso é trágico. Nossa história não é um romance – é uma tragédia.

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